Metanálise descomplicada: como a consultoria pode ajudar?

Diferença entre revisão sistemática e metanálise

Embora a metanálise e a revisão sistemática sejam bastante usadas juntas, elas têm diferenças fundamentais. A revisão sistemática é um processo rigoroso de revisão da literatura científica sobre um determinado tema.

Dessa forma, a revisão sistemática identifica, seleciona e avalia estudos já publicados, mas sem realizar uma análise estatística dos dados. Afinal, seu foco é compilar as evidências de forma organizada e crítica.

Já a metanálise vai além, realizando uma análise estatística dos dados extraídos dos estudos. Ela combina os resultados quantitativos dos estudos para fornecer uma estimativa sobre o efeito de uma variável ou intervenção, dando mais precisão nas conclusões.

Portanto, a metanálise pode ser usada dentro da revisão sistemática, mas com uma abordagem estatística aprofundada.

Como fazer metanálise?

Realizar uma metanálise é um processo estruturado e requer uma série de etapas para garantir resultados confiáveis.

Funciona como uma espécie de síntese dos conhecimentos acumulados que precisam de “métodos que integrem os resultados dos estudos disponíveis no sentido de revelar padrões relativamente estáveis a respeito de relações e causalidades.” (Hunter et al., 1982: 26)

A seguir, confira um passo a passo de como fazer uma metanálise de forma estruturada!

1. Identificação do problema ou pergunta da pesquisa

O primeiro passo de uma metanálise é definir claramente a questão de pesquisa. O problema ou a pergunta de pesquisa deve ser específica e orientada para um tópico relevante. A clareza nesse estágio é muito importante, pois determinará os critérios para a seleção dos estudos que serão incluídos na análise.

2. Coleta da literatura

A próxima etapa envolve a busca sistemática da literatura existente sobre o tema. É necessário usar bases de dados científicas confiáveis, como PubMed, Scopus, e Web of Science, para identificar estudos relevantes.

Essa etapa deve seguir critérios rigorosos de inclusão e exclusão, garantindo que apenas os estudos de maior qualidade sejam considerados na metanálise.

3. Avaliação da qualidade dos estudos

A avaliação da qualidade metodológica dos estudos incluídos na metanálise é uma etapa crítica. Isso envolve identificar possíveis vieses de seleção, ou seja, a escolha de estudos que influenciam os resultados da pesquisa, levando a conclusões erradas ou distorcidas.

Além disso, é preciso analisar o desenho dos estudos e a consistência dos resultados. A qualidade dos estudos impacta diretamente na validade dos resultados da metanálise.

4. Análise e síntese dos resultados dos estudos

Com os dados coletados, chega o momento de realizar a análise estatística. A metanálise utiliza modelos de efeitos fixos ou aleatórios para combinar os resultados de diferentes estudos. Esses modelos consideram a homogeneidade ou a heterogeneidade dos estudos, dando uma estimativa mais precisa.

5. Interpretação dos dados coletados

A interpretação da metanálise envolve a análise crítica dos dados combinados. É preciso avaliar a significância estatística, a consistência dos resultados e as possíveis limitações. Além disso, é fundamental identificar o impacto dos estudos de maior ou menor qualidade sobre os resultados gerais.

6. Apresentação dos resultados de pesquisa

Finalmente, os resultados da metanálise são apresentados de forma clara e acessível, no geral por meio de metanálise de gráficos, tabelas e resumos quantitativos. Em suma, a apresentação deve refletir a síntese dos resultados, destacando as conclusões principais e discutindo as limitações dos estudos incluídos.